sábado, 6 de maio de 2006

Obrigado!

Hoje decidi dedicar umas palavras a quatro pessoas muito especiais, que me servem de inspiração diária. Existe uma banda em Portugal, onde os seus elementos, à excepção do manager, são deficientes. Um louvável exemplo de coragem que dá pelo nome de D´zrt. Os D´zrt transpõem a barreira do que é designado de musicoterapia. Há um intuito artístico que supera a componente terapêutica, uma visível satisfação dos seus elementos, um amor à música tão intenso como a vontade de viver. Transpiram música por todos os poros com a mesma paixão com que vivem a vida. Todos têm Necessidades Educativas Especiais, ou seja, não possuem todos os instrumentos físicos, sensoriais e de raciocínio que lhes permitam fazer o que para a maioria das pessoas é normal. Têm de base uma paralisia cerebral, doença iminentemente motora, perturbação da postura e do movimento. Qualquer um destes casos é considerado grave, no entanto, do ponto de vista intelectual – com excepção do Zé Milho que é o único que anda, que não tem paralisia cerebral mas uma deficiência mental grave – são muito inteligentes. Quando se vê um espectáculo ao vivo pela primeira vez, custa a ver porque, aparentemente, parece que sofrem. “As pessoas que os vêem tocar, inicialmente ficam chocadas. Acontece que rapidamente ficam agarradas à sua capacidade de interacção e qualidade musical. Chega quase a ser como droga. A capacidade que têm de nos cativar é algo de extraordinário”, afirma uma fã. É por isso que cada vez mais adolescentes, dividem a sua vida em duas partes: “Antes de ter visto um concerto dos D´zrt e depois disso.” O público surpreende-se. Arrepia-se com este exemplo de vida. Há quem chore e quem fique estupefacto. Quando batem palmas dá-se o auge. “Mas atenção”, alerta o manager. “Há que tratá-los como pessoas normais. Aflige-nos, a mim e a eles, o estigma do coitadinho. Afinal, eles são músicos e tocam bem os seus instrumentos, coisa que a maioria das pessoas não é capaz de fazer”. Um exemplo comovente. Bravo, D´zrt, Bravo.
Abraços.

2 comentários:

Lisa disse...

Um texto excelente... Como só tu sabes fazer!!! E ainda há quem diga que os psicólogos não fazem falta... Beijinhos.

Arnaldoooooo disse...

Vamos ser solidários...este ano vamos comprar um pirilampo mágico pelos D'Zrt