Hoje acordei extremamente bem disposto. Porquê? Porque enquanto tomava o pequeno-almoço, liguei a televisão e vi a notícia que estavam 17 escuteiros desaparecidos em Viseu. “Um dia que começa com uma notícia destas só pode correr bem”, pensei eu. Errado. Quando cheguei ao trabalho, soube que os desaparecidos já tinham sido encontrados, e pior que isso, eles também não eram escuteiros. Depois de me recompor deste volte-face terrível, decidi investigar na Internet o que realmente se tinha passado e descobri que o grupo que andou perdido era composto por quinze crianças católicas, um padre jesuíta e um “outro adulto.” Segundo declarações do padre, “o grupo perdeu-se numa bifurcação e depois a opção foi aguardar em cima de um rochedo pelo nascer do sol para voltar para trás. Apesar da fome, o frio foi a principal dificuldade que enfrentámos, sobretudo porque tínhamos as roupas molhadas da caminhada feita no leito do rio, que não secaram, por isso fomo-nos abraçando durante a noite para estarmos mais quentes.” O “outro adulto”, acrescentou que “se não fosse o frio, tinha sido uma noite bem passada.” Ora, recapitulando: um padre e um “outro adulto”, perderam-se com 15 crianças que tinham as roupas molhadas e agarradas aos seus jovens corpos, no meio do mato; passaram a noite com elas, “abraçando-as”, para todos se manterem mais quentes; o “outro adulto” afirma que foi uma noite bem passada. Acho que não tenho muito mais a acrescentar.
Abarços.
Abarços.
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