Um amigo meu foi fazer pára-quedismo recentemente e levou uma câmara de vídeo para gravar o salto. Ontem ligou-me para me mostrar a gravação. Esta gravação consiste em oito idiotas a saltarem de um avião...e todos eles estão a usar aquelas protecções ridículas para os joelhos e para os cotovelos. A minha pergunta aqui é, mas de que é que isso lhes pode servir??!! Acham que se o pára-quedas não se abrir, aquilo os vai ajudar? Colocam-se na posição de segurança e acaba tudo em bem? Já estou a imaginar a notícia na TVI, “Oito jovens morreram hoje num salto após os seus pára-quedas não se terem aberto. Todos eles estavam protegidos com cotoveleiras e joelheiras por isso este desfecho trágico poderia ter sido bem pior”. Eu perguntei-lhe o porquê de ele fazer pára-quedismo e ele disse-me, “o pára-quedismo é a experiência mais parecida com voar que os humanos têm, é como se fossemos pássaros...” NÃO, NÃO É ! Isto é cair...é exactamente o oposto de voar...é a experiência mais parecida com ser uma pedra que os humanos têm...isso sim. É como se me dissessem que afogares-te é o mais parecido com o seres um peixe que existe...”ah, é óptimo, estás ali na água, sem barco, sem colete salva-vidas, sem oxigénio...nunca me senti tão parecido com a pequena sereia na vida...” O pára-quedismo é algo parecido com a Simara...parece divertido, mas se alguma vez o experimentasse, iria parar ao hospital.
Abraços.
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3 comentários:
Muito bom, muito bom mesmo :)
Ao Dr Grozny
Fiquei compadecido e chocado com a sua impressão de pára-quedismo apresentada no comentário após a decisão do seu amigo em praticar o esporte. Quero, antes de mais nada, deixar claro que o meu intuito ao colocar este comentário não é, como pode parecer aos mais incautos, que estou levantando bandeiras do tipo: "pratiquem pára-quedismo", "é o melhor esporte que existe", etc. Simplesmente, observei que o companheiro autor do comentário não possui os mínimos conhecimentos necessários para se expressar em relação ao nobre assunto. Por isso, fiquei compadecido. Com tamanho desconhecimento. Chocado, por ter comprovado, mais uma vez, que a internet, é muito perigosa. Coloquei a palavra "pára-quedismo" na busca do Google e eis que o primeiro blog a aparecer me vem com esse comentário. Esqueci de me apresentar: meu nome é Roberto (Beto), tenho 42 anos e sou praticante do citado esporte há mais de vinte anos, possuindo atualmente algo perto de 4300 saltos livres, fora os salto semi-automáticos dos tempos de Brigada Pára-quedista, no Rio de Janeiro. Bom, o que tenho a dizer que a experiência de voar, comparação feita na missiva, está longe de sequer se assemelhar a saltar de uma aeronave em vôo. Primeiro que voar é um dom natural de alguns seres, portanto, algo como andar para nós humanos. Segundo, o salto de pára-quedas possui duas fases: uma em queda livre ("caindo" sem motor ou propulsão a mais de 400 km/h) e outra com o pára-quedas aberto ("voando" como um pássaro). Cada uma tem o seu encanto e técnicas bem distintas, mas igualmente apaixonantes, nada de idiota. As proteções vistas nas gravações não são equipamentos de uso normal no esporte. Talvez se justifique seu uso pelo fato de os praticantes serem iniciantes e, portanto, sujeitos a choques (uns com os outros) em queda livre, não com o solo. É um esporte super-seguro, mas, é claro, acidentes acontecem: eu mesmo presenciei 4 acidentes fatais ao longo desses quase 25 anos de intensas atividades. Nunca fui parar em hospital por conta do pára-quedismo, já fui por acidente de carro, doença, e outros.
Para concluir, convido-o a fazer ao menos um salto "tandem", que é um salto duplo, acompanhado de instrutores. A maioria dos Clubes de Pára-quedismo possuem pessoal qualificado para este tipo de atividade. Seus comentários serão bem mais fundamentados.
Diga ao seu amigo que lhe desejamos ótimos saltos e excelentes aterragens (chegada ao solo).
Um abraço.
Roberto
Florianópolis/SC
"cair...é exactamente o oposto de voar...é a experiência mais parecida com ser uma pedra que os humanos têm...isso sim."
lol lol lol
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