terça-feira, 24 de maio de 2005

Como terminar uma amizade

Hoje de manhã acordei um bocadinho aborrecido, e para me animar, liguei a televisão na TVI. O que eu vi foi chocante. O sr. Goucha estava praticamente em lágrimas a contar a história de dois amigos que tinham perdido contacto entre si, e que passados 20 anos a TVI tinha conseguido juntá-los novamente. Esta experiência televisiva traumatizante fez-me pensar acerca deste tipo de programas, o tipo “Ponto de Encontro”(e por falar em “Ponto de Encontro”, onde anda o Henrique Mendes? comunicadores deste calibre fazem falta à TV portuguesa...). Este tipo de programas são feitos sob a premissa que existem montes de pessoas por aí com as quais perdemos contacto e que estamos desejosos de reencontrar. Isto é uma mentira, porque se gostamos mesmo dessa pessoa, não perdemos o contacto com ela. O que se passa é que não existem desculpas que sejam suficiente boas no caso de querermos terminar uma amizade. Se andarmos a copular com alguém, aí sim, existem centenas de desculpas que podemos dar. O clássico, “João, eu estive apaixonado por ti mas nunca te amei”, ou “O teu instrumento do amor é pequeno de mais e ás vezes chamas pela tua mãe quando estamos a fazer o amor”. Todos nós já ouvimos isto. Mas quando queremos terminar uma amizade como é que fazemos? Escrevemos uma carta? “Caro Rafael, vivemos bons momentos juntos. Sim, é verdade, ambos gostávamos de Sagres e preferíamos a “Praça da Alegria” em detrimento do “Você na TV”. Mas isso já não é suficiente. Tu mudaste Rafael e eu também. Crescemos, evoluímos e afastámo-nos. Eu comecei a ver o “SIC 10 Horas” mas tu continuaste a preferir o Jorge Gabriel e dizias que o Donald que apresenta a rubrica da árvore das patacas não é verdadeiro mas sim um boneco que tem a mão de um ventríloquo enfiada no seu traseiro e é ele que o faz falar. Eu perdoei-te por isso, mas depois começaste a beber Super Bock. Porquê Rafael? Tu viste-me com outros amigos, foi uma loucura eu sei, mas Rafael, eu precisava de espaço, precisava de tempo para pensar, precisava de tempo para estar sozinho com outros amigos que não tu. Adeus Rafael. Espero sinceramente que possamos continuar a ser conhecidos.” É isto que acontece.
Abraços.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Dr. Grozny

Obrigado pelo contacto para o nosso blog e vamos mas é a aparecer mais vezes no bastidores ou noutro sitio qualquer onde a malta esteja.
Na zdrovia

Diogo Pereira disse...

Os conteúdos apresentados não se inserem propriamente na personagem "Dr. Grozny". Já experimentaste fazer stand-up sem a personagem? Simplesmente Paulo Almeida, português, sem sotaque? Concordo com o Miranda, parece que desde que perdeste na primeira semi-final do "Bastidores" ficaste desmotivado. Aparece mais vezes, o que não falta são sítios para fazer.

Abraços